Concurso premia iniciativas da administração pública que promovam práticas de sustentabilidade

 
 


por Redação da Agência Brasil

agenda 300x200 Concurso premia iniciativas da administração pública que promovam práticas de sustentabilidadeBrasília – Estão abertas até o dia 15 de setembro as inscrições para o 5° Prêmio Melhores Práticas de Sustentabilidade – Prêmio A3P que tem por objetivo reconhecer as iniciativas dos órgãos e instituições do setor público na promoção e na prática da agenda ambiental na administração pública. O prêmio é promovido pelo Ministério do Meio Ambiente.

O evento contemplará as melhores iniciativas com troféus e certificados em quatro categorias: gestão de resíduos; uso e manejo sustentável dos recursos naturais; inovação na gestão pública e destaque da Rede A3P (Agenda Ambiental na Administração Pública).

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas mediante o preenchimento da ficha de inscrição e do relatório da iniciativa, em formato eletrônico, que estão disponíveis no site da A3P. O regulamento e todas as informações sobre o prêmio também estão no site.

* Edição: Denise Griesinger.

** Publicado originalmente no site Agência Brasil.

Muitos alarmas para o clima estão soando

 

por Washington Novaes*

seca1 Muitos alarmas para o clima estão soando

A seca está entre os eventos extremos causados pelas mudanças climáticas. Foto: blogs.diariodepernambuco.com.br

Mesmo que habituada a ler o noticiário da chamada área ambiental, qualquer pessoa sentirá certo desconforto ao tomar conhecimento do teor do último relatório da Agência Internacional de Energia, divulgado em junho, assim como do conteúdo da discussão a respeito no Carnegie Endowment for International Peace, com a presença do economista-chefe da agência, Fatih Birol; do subsecretário de Energia no respectivo departamento norte-americano, Daniel Poleman; do presidente do World Resources Institute, Andrew Steer; e da subsecretária de Política no Departamento de Transporte, Polly Trottenberg. “Se não acharmos solução para o problema das emissões no setor da energia”, disse Birol, “a batalha estará perdida”, já que elas respondem por dois terços do total. “Este é o tema da nossa geração”, segundo Poneman. “Mesmo que limitemos o aquecimento global a 2 graus Celsius, teremos de enfrentar nossa vulnerabilidade, diante dos impactos que já sofremos com os eventos extremos.”

Birol lembrou que, apesar desse quadro, a agenda internacional na área está perdendo o vigor há três anos. Muitos estudiosos pensam que apenas com mais eficiência nessa área se chegará a soluções – mas isso não ocorrerá. E o uso de gás de xisto, sozinho, não resolverá todo o problema. Em 2012 as emissões globais aumentaram 1,4 %, para um novo recorde. No Japão, cresceram 6%. Pequenas reduções na Europa e na Índia deveram-se a menor atividade econômica, sem influenciar a tendência. Talvez o melhor resultado tenha sido na China, embora as emissões ali tenham aumentado 3,8%. Mesmo nos Estados Unidos – pensa ele – o maior uso de gás no lugar de petróleo não se deveu a preocupações com o clima, e sim com o preço. E só temos até 2020 para estabelecermos novos padrões de emissões que nos afastem da atual tendência de aumento da temperatura (que pode chegar, diz ele, a 5,3 graus Celsius).

Curiosamente, Birol acredita que políticas adequadas na área do clima não terão repercussões negativas na economia – embora possa haver ganhadores e perdedores. E não será preciso inventar novas tecnologias, as atuais bastam. Além de permitirem a redução da poluição, diminuirão os problemas da balança de pagamentos com as importações de petróleo. E por esses caminhos se poderá conter o aumento da temperatura em 2 graus – desde que com mais eficiência energética (na iluminação, nos refrigeradores, nas máquinas de lavar, na cozinha), construções mais adequadas. Será indispensável ter motores industriais mais adequados. Transporte eficiente (um terço da demanda global por petróleo vem do consumo em caminhões). Também será preciso proibir a instalação de mais usinas a carvão, muito poluentes. Conter as emissões de metano, até mediante substituição das fontes emissoras. E eliminar subsídios para o consumo de combustíveis fósseis, hoje em US$ 0,5 trilhão por ano, US$ 110 por tonelada de dióxido de carbono.

Se essas coisas não forem feitas, teremos mais secas, ondas de calor, mais ciclones, tempestades tropicais – e com repercussões nas infraestruturas de energia, obrigando até as empresas de exploração de petróleo no mar a elevar a altura de suas plataformas, com altos custos, segundo Birol. Outro caminho será o do sequestro e armazenamento do carbono (no fundo do mar ou da terra) nas fontes emissoras (solução muito questionada pelos geólogos, que temem suas consequências).

Para o presidente do World Resources Institute, “estamos perdendo a batalha na área do clima”, embora haja soluções; e quanto mais demorem, mais caro custarão. No ano passado, US$ 300 bilhões foram investidos na área de energias renováveis – “mas é pouco diante do que precisa ser feito”. E é preciso lutar contra a ideia de que isso é muito caro e pode deixar de ser feito. Se não o for, daqui a cinco anos será inevitável criar um imposto sobre qualquer consumo de combustíveis fósseis, pensa Steer.

Polly Trottenberg acredita estar havendo muito progresso na área da eficiência de veículos, reduzindo o consumo de energia. Já estão em vigor nos EUA novos padrões para carros e caminhões leves, há projetos para caminhões pesados: “Podemos reduzir as emissões e baixar os gastos. E o governo norte-americano está trabalhando com as comunidades para melhorar o uso do espaço, o transporte em geral e o ferroviário em especial”. Depois “chegará a vez do transporte aéreo”, inclusive na redução de emissões.

David Burwell, diretor de Energia e Clima do Instituto Carnegie e mediador da discussão, advertiu que “não há lugar para nos escondermos das mudanças climáticas”. E os fatos recentes parecem dar-lhe razão. No Brasil mesmo, com a seca ainda castigando mais de mil municípios, tivemos nas últimas semanas a decretação de estado de atenção ou de emergência em dezenas deles, por causa do baixo nível de umidade do ar, que em alguns chegou a 12%, com alto risco de incêndios. Inundações graves deixaram mais de mil mortos na Índia. O Alasca teve temperatura recorde, 36 graus Celsius.

Tudo chega a um ponto que levou mais de 500 cientistas de 44 países – entre eles, vários Prêmio Nobel e 33 membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, além de academias europeias – a advertir (Instituto Carbono Brasil, 29/5) que “os seres humanos estão causando níveis alarmantes de prejuízo ao nosso planeta (…). A qualidade humana de vida sofrerá uma degradação substancial até o ano 2050, se continuarmos no caminho atual”. Por causa de perturbações climáticas, extinção de espécies, perda de ecossistemas, poluição e padrões de consumo aliados ao crescimento populacional.

Não faltam advertências, portanto, vindas dos especialistas mais qualificados. Mas quando teremos políticas severas e adequadas, especialmente no caso do Brasil, onde se faz de conta que nenhum problema está acontecendo?

Washington Novaes é jornalista.

** Publicado originalmente no site O Estado de S. Paulo.

Confronto em alto mar contra petróleo no Ártico

 
 


por Nathália Clark, do Greenpeace

O navio quebra-gelo do Greenpeace, o Arctic Sunrise, está nesse momento no mar de Barents, ao norte da Rússia, protestando contra a gigante petrolífera Rosneft. A estatal russa, maior empresa de petróleo do mundo, está com uma embarcação preparada para realizar os testes sísmicos na região, primeira etapa para a exploração do óleo negro em alto mar.

No início desta manhã, quando o navio contratado pela Rosneft, Akademic Lazarev, começou a disparar canhões de som subaquático no bloco de exploração Fedynskiy, o Greenpeace abordou o navio, exigindo que ele parasse as operações imediatamente. Recentemente, a Rosneft assinou acordos com outras companhias petrolíferas internacionais, incluindo a ExxonMobil, BP e Statoil, para perfuração conjunta no mar ártico.

Após se aproximar do navio, os ativistas do Greenpeace fizeram contato com o capitão pelo rádio, exigindo que os preparativos para exploração fossem paralisados. Eles questionaram a tripulação sobre os detalhes de suas operações, incluindo os impactos e riscos ambientais para a vida selvagem, e explicaram que as operações sísmicas como essas lançam as bases para projetos petrolíferos potencialmente devastadores. Nos próximos dias, o Greenpeace continuará a protestar contra o mesmo navio em alto mar.

“O navio confirmou via radio que está operando em nome da Rosneft, e negou que está causando qualquer impacto à vida selvagem. Mas seus canhões de ar de 200 decibéis nos dizem outra coisa. Testes sísmicos podem causar danos à audição das baleias e outros animais marinhos, inclusive levando a fatalidades. No entanto, o capitão do navio se recusou a falar sobre isso e cortou rapidamente a comunicação”, disse Christy Ferguson, ativista do Greenpeace a bordo do Arctic Sunrise.

Testes sísmicos usam ondas sonoras geradas por canhões de ar para criar mapas detalhados das áreas submarinas, que determinam os locais para perfuração e exploração de petróleo. Esse tipo de atividade gera impactos significativos sobre os animais selvagens da região. O Mar de Barents é o lar de baleias, morsas e ursos polares.

Dona de mais de um milhão de quilômetros quadrados de blocos licenciados para exploração no Ártico, a Rosneft planeja perfurar o primeiro poço exploratório, o Vostochno-Prinovozemelsky-1, já em 2014. O bloco fica localizado ao lado do Parque Nacional Ártico Russo.

“Rosneft já derrama centenas de milhares de barris de petróleo em terra a cada ano – mais do que qualquer outra empresa no mundo”, disse Ferguson. “Agora, as empresas petrolíferas ocidentais estão em parceria com a Rosneft no Ártico para aproveitar a fraqueza dos regulamentos e normas de segurança, e para evitar a responsabilização pelo dano ambiental que causam.”

O Arctic Sunrise está na parte russa do mar ártico para expor e confrontar as companhias de petróleo como a Rosneft e suas parceiras ocidentais, que estão se preparando para perfurar a região atrás de petróleo. O Greenpeace está em campanha para a proibição da perfuração offshore no Ártico e na área desabitada ao redor do Polo Norte. O objetivo é que a região seja declarada um santuário global. Nas próximas semanas, o Greenpeace e as milhões de pessoas que apoiam a campanha estarão desafiando a Rosneft e outras empresas no mar, em terra e online.

Neste momento, o Ártico está sob um ataque por parte de companhias petrolíferas como nunca foi visto antes. À medida que o gelo marinho derrete, as empresas petrolíferas planejam ir além da exploração e realmente começar a produzir petróleo em águas geladas do Norte. A exploração de petróleo no duro e imprevisível ecossistema ártico é extremamente arriscada. As empresas não possuem maneiras confiáveis de evitar ou fazer cessar um derramamento de óleo, ou uma possível limpeza após o desastre. E esse risco o meio ambiente não pode se dar ao luxo de correr.

* Publicado originalmente no site Greenpeace.

 

PNRS: academia e mercado precisam se juntar para resolver ‘passivo’

 
 

João-AiltonA aprovação da Lei nº 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) trouxe diretrizes importantes para a questão, como a definição da desativação dos aterros sanitários até o próximo ano. Porém, o período no qual o descarte correto não era considerado um fator estratégico para a qualidade de vida da população trouxe consequências complexas de serem solucionadas e que exigem uma proposição transversal de soluções.

Uma delas refere-se a construção civil, “principalmente porque a indústria da construção civil é a maior predadora dos recursos naturais e a maior poluidora do nosso planeta”, conforme observa João Ailton Brondino, que pesquisa  resíduos industriais que possuem potencial de serem reaproveitados na construção civil na Universidade Federal de São Carlos.

Brondino estará presente no segundo dia do 1º Congresso Internacional de Inovação e Sustentabilidade CiiS, no Painel 4 ”Construção: Do ciclo de vida à operação sustentável”, no dia 30 de agosto às 8:30

Nesta entrevista, o Brondino fala sobre a necessidade da aproximação entre a academia e o mercado do setor como um fator essencial na busca pela implementação de alternativas mais sustentáveis e sobre as demandas específicas do mercado por profissionais que saibam lidar com este cenário e como se preparar para ele.

Blog do CiiS: Na sua opinião, o que falta para que a relação entre universidades e mercado se torne sólida a ponto de que o uso dos resíduos seja largamente empregado na construção civil nacional, tornando-a mais eficiente no uso de recursos naturais e materiais?

João Ailton Brondino: Que compartilhem do mesmo objetivo.
Acredito que o maior empecilho para um melhor relacionamento entre as universidades e as empresas, de forma geral, sejam os seus objetivos, que são distintos: para os pesquisadores das universidades a produção científica é o maior objetivo, pois são cobrados e avaliados por ela, eles vivem num ciclo ininterrupto de conclusão e início de novas pesquisas, não havendo tempo e incentivo para planejarem a divulgação das pesquisas que consideram de interesse social; as empresas privadas, por sua vez, têm como principal objetivo o ganho de capital.

Em países desenvolvidos é comum a maioria dos pesquisadores trabalharem em empresas, que possuem seus próprios departamentos de P&D, e a minoria trabalharem nas universidades. No Brasil essa situação ainda é inversa, a maior parte dos pesquisadores encontra-se nas universidades e poucas empresas investem na contratação de pesquisadores para o seu próprio departamento de P&D.

Este cenário é preocupante e justifica o modesto índice de inovação tecnológica no Brasil, quando comparado com países como a China e até mesmo a Índia.

Compreendo que para as empresas voltadas para a construção civil seja oneroso manter um departamento de P&D, mas é necessário que elas tenham conhecimento e acesso às novas tecnologias, principalmente porque a indústria da construção civil é a maior predadora dos recursos naturais e a maior poluidora do nosso planeta, portanto, será difícil conseguirmos uma sociedade sustentável se a indústria da construção civil não for sustentável.

Uma alternativa para as empresas da construção civil seria a parceria com empresas de P&D, que já possuem um relacionamento estreito com os pesquisadores das universidades e acesso às pesquisas que poderiam ser do interesse dos empresários, funcionaria como um elo entre as universidades e as empresas. Posso citar como exemplo a empresa KAJ, empresa de P&D, parceira das universidades USP e UFSCar, voltada para o desenvolvimento de novos materiais a partir de resíduos, para a racionalização da construção civil e sustentabilidade.

Blog do CiiS: Um evento como o CiiS é capaz de colaborar no sentido de conectar estes públicos?

Brondino: Sim, muito, pois ajudará na divulgação de pesquisas de interesse social e permitirá o contato entre pesquisadores e empresas, além de ser um espaço multidisciplinar para discutir sobre sustentabilidade.

Blog do CiiS: Há profissionais brasileiros que atuam na construção civil preparados para enxergar este cenário de necessidade de uso dos resíduos nas construções? Poderia citar algumas demandas específicas da área de construção civil? (necessidade por profissionais que tenham uma boa base de planejamento de uso de materiais, por exemplo, ou que tenham compreensão a respeito das consequências que o descarte incorreto que certos materiais podem causar etc).

Brondino: Sim, no Brasil há profissionais preparados e conscientes da necessidade do uso e da incorporação de resíduos na construção civil, sejam resíduos da própria construção ou outros resíduos possíveis de serem incorporados, porém, atualmente, são poucos esses profissionais. A inclusão de disciplinas que abordem a utilização de resíduos nos cursos de graduação em engenharia civil permitirá, num futuro próximo, que tenhamos mais profissionais envolvidos com a sustentabilidade na construção civil e melhor preparados para integrar projetos e cálculo estrutural de forma sustentável.

Posso destacar como demandas específicas para a construção civil, a utilização de resíduos na produção de blocos para vedação e de placas para pisos, vedações, forros e coberturas.

A ciência é um esforço multidisciplinar e para a pesquisa e desenvolvimento de novos materiais, utilizando resíduos, há a necessidade do envolvimento de químicos, físicos e engenheiros. Um exemplo disso é um artigo que foi enviado ao CiiS 2013 que corresponde a um resíduo de origem química (fosfogesso), gerado em grande escala, que a física lhe atribuiu propriedades que atendem às necessidades da engenharia civil.

Blog do CiiS: Qual sugestão daria aos engenheiros que estão realizando graduação em construção civil para que eles atendam as demandas futuras do mercado?

Brondino: Que façam uma pós-graduação nessa área, pois na graduação, dependendo da Universidade, pouco ou nada recebem de informação quanto ao aproveitamento dos resíduos na construção civil.

TERRAMÉRICA – Água do mar para mineração

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Jazida da Mineradora Esperanza. Foto: David Pasten/Terramérica

Até 2022, o setor privado terá investido US$ 10 bilhões em 16 novos projetos de unidades dessalinizadoras de água do mar no Chile.

Santiago, Chile, 5 de agosto de 2013 (Terramérica).- A aridez do norte chileno obriga as empresas mineradoras a buscarem novas fontes hídricas. A principal é a água do Oceano Pacífico, cujo uso se espera aumente na próxima década, apesar dos elevados custos de extração e transporte. A vasta região do norte do Chile abriga o Deserto de Atacama, um dos mais áridos do mundo, e também as maiores reservas de cobre, principal riqueza deste país, com 6.435 quilômetros de litoral no Pacífico.

“Em regiões áridas e semiáridas, onde a disponibilidade de água é muito limitada, o mar é uma alternativa para os processos industriais e outros usos”, explicou ao Terramérica o acadêmico Luis Cisternas, do Centro de Pesquisa Científica-Tecnológica para a Mineração. Dados do Conselho Mineiro indicam que a extração de cobre empregou 12.615 litros/segundo de água fresca em 2011, mesmo ano em que um informe do Banco Mundial alertou para uma considerável queda na disponibilidade de água superficial no Chile.

“A utilização de água do mar não é só uma solução para as mineradoras, mas também uma forma de liberar a água doce para outros usos e permitir a restauração de sistemas prejudicados”, pontuou Cisternas, professor na Universidade de Antofagasta. Embora a mineração empregue água do mar em diferentes partes do mundo e há muitos anos, no Chile há casos isolados, normalmente de pequenas ou médias empresas e com minerais cuja extração não é prejudicada nem favorecida por este uso, explicou.

A primeira grande empresa a usar água do mar foi a Mineradora Esperanza, propriedade de uma empresa formada por Antofagasta Minerals e Marubeni Corporation. Esta jazida de cobre utiliza em todos os seus processos água oceânica sem dessalinizar, transportada em um duto de 145 quilômetros. No momento, representa 30% do total de água que necessita.

A estatal Corporação Nacional do Cobre do Chile (Codelco) utilizará água do mar pela primeira vez para explorar as reservas de sulfureto da Divisão Radomiro Tomic, um dos projetos estruturais da companhia, que pretende estender a vida útil de várias de suas jazidas. “No caso do projeto Radomiro Tomic (RT) Sulfuretos, o uso de água do mar permite não pressionar por recursos frescos da Cordilheira dos Andes ou de água continental, em uma área em que não há disponibilidade de novos recursos hídricos”, disse ao Terramérica uma fonte da Codelco.

O projeto RT Sulfuretos é uma nova linha de produção de concentrados de cobre, cuja exploração implica maior consumo de água por tonelada produzida do que a atual exploração de minerais oxidados que a divisão possui. “O uso de água do mar dessalinizada permite estender a vida útil do projeto sem aumentar o consumo de água da Cordilheira”, acrescentou a fonte. Para sua operação, a empresa extrairá a água marinha e a dessalinizará mediante osmose inversa, técnica que consiste em pressionar os fluidos através de uma membrana que retém os sólidos dissolvidos.

Essa água tratada será conduzida para as instalações da divisão, que fica a três mil metros de altitude, mediante uma tubulação de 160 quilômetros de comprimento. A operação representa gasto de US$ 2,6 por metro cúbico, explicou a Codelco. Segundo estudos, o custo associado ao sistema de fornecimento de água oceânica pode representar entre 20% e 30% do valor total de um projeto a mais de 150 quilômetros da costa e entre três mil e quatro mil metros de altitude.

“Isto significa que é necessário buscar formas mais eficientes de abastecer as mineradoras com água do mar”, afirmou Cisternas, acrescentando que “o ideal é utilizar água oceânica sem tratamento porque sua dessanilização exige energia e produz efeitos danosos para o meio ambiente, mas nem sempre se pode fazer”. Segundo o especialista, “é preciso conseguir gerar água de diferentes qualidades a partir do mar, considerando que diferentes tecnologias e minerais exigem diferentes tipos do líquido”.

Para a Codelco, a água dessalinizada “não é uma solução inócua, pois implica maior consumo de energia, tanto para seu tratamento, como, principalmente, para impulsioná-la até onde estão as jazidas”. A fonte da Codelco observou que, “inclusive, não é economicamente viável para os projetos com margens de lucro mais apertadas ou para os projetos que não têm garantido o fornecimento de energia”. Além disso, embora delimitados, as instalações dessalinizadoras também geram impactos na margem costeira e no meio marinho.

Samuel Leiva, coordenador de campanhas do capítulo chileno do Greenpeace, alertou para o impacto ambiental que, no longo prazo, pode provocar o sal extraído da água. As unidades dessalinizadoras precisam de energia em uma área onde não há água, “então, a alternativa é desenvolver projetos que utilizam combustíveis fósseis, aumentam as emissões atmosféricas e causam danos ambientais ao longo da costa” ao devolver para o oceano águas com uma temperatura superior, detalhou ao Terramérica.

Segundo a Águas Antofagasta, a tecnologia para dessalinizar começou em 2003, com a implantação da Estação de Antofagasta, que buscou fornecer parte do recurso à população. No momento há 14 projetos deste tipo, 11 deles associados ao setor de mineração. No final de julho, a Mineradora Escondida informou que investirá US$ 3,43 bilhões na construção da maior unidade dessalinizadora do país. Até 2022, espera-se investimento privado de US$ 10 bilhões para 16 novos projetos desse tipo. Envolverde/Terramérica

* A autora é correspondente da IPS.

por Marianela Jarroud*

 

Bruno Covas visita Parque da Biodiversidade em Sorocaba
01/08/2013
 
 
 A cidade de Sorocaba ganhou este ano uma unidade de conservação (UC). O Parque da Biodiversidade foi inaugurado em junho. Agora, o local está ganhando a recuperação da mata nativa.

O secretário Bruno Covas, a secretária de Meio Ambiente de Sorocaba, Jussara Carvalho, a chefe do departamento de Meio Ambiente da Toyota, Saori Yano, e o assessor de relações governamentais da Toyota, Thiago Sugahara, visitaram o local nesta sexta-feira, 26 de julho.

O Parque ainda garantirá a preservação de uma vegetação predominantemente de Cerrado e de Mata Atlântica, nascentes de água e cerca de 150 diferentes espécies de animais e 63 diferentes espécies arbóreas. Terá área para estacionamento, espaço multiúso, quiosque e portaria. O espaço multiúso será utilizado como uma área de educação e recepção para visitantes. Já o quiosque será utilizado em atividades pedagógicas. Todos esses espaços possuem total acessibilidade.

O investimento é de aproximadamente R$ 5 milhões. Os recursos são da Câmara de Compensação Ambiental, repassados pelo Governo do Estado de São Paulo à Prefeitura. O valor é originário da empresa automobilística Toyota, como compensação ambiental pela implantação do complexo industrial de Sorocaba. “O Parque tem como principal função proteger integralmente a fauna e a flora típicas da região, ampliando a proteção das áreas de proteção permanente (APPs) dos afluentes do rio Sorocaba”, afirmou o secretário Bruno Covas.

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Catadores de materiais recicláveis terão créditos de R$ 200 milhões

Brasília – Em cerimônia, ontem (31), no Palácio do Planalto, o governo anunciou R$ 200 milhões em créditos para empreendimentos de catadores de materiais recicláveis. O crédito é para ações que permitam a inserção de cooperativas no mercado da reciclagem e a agregação de valor na cadeia de resíduos sólidos. A iniciativa faz parte da terceira fase do Programa Cataforte e tem ênfase em negócios sustentáveis em redes solidárias.

No evento, foi lançado o edital para selecionar redes de cooperativas de recicláveis de todo o país para acessar recursos do programa. Dos R$ 200 milhões, cerca de R$ 170 milhões são recursos não reembolsáveis (sem necessidade de pagamento posterior), e aproximadamente R$ 30 milhões são reembolsáveis, de acordo com informações da Fundação Banco do Brasil.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, destacou o avanço das ações do Cataforte para absorver a mão de obra de catadores que vivam dos lixões. De acordo com Política Nacional de Resíduos Sólidos, os lixões devem ser extintos em 2014.

“Com isso você permite que pessoas que viviam marginalizadas passem a ser profissionais atuantes de forma cooperativada, o que é melhor. Portanto, dá um grau de profissionalismo a essa categoria, resgata a vida dessas pessoas e, ao mesmo tempo, dá uma inestimável contribuição à questão ambiental”, disse.

A integrante da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Londrina (Copersil), Verônica Cardoso, disse que a cooperativa reúne 238 trabalhadores e faz coleta em 84 mil domicílios de Londrina. Com a venda do material reciclado, os cooperados alcançam uma renda média mensal de R$ 1,3 mil. Na segunda fase do Cataforte, a Copersil foi beneficiada com caminhões e agora ela espera acessar mais recursos.

“Esperávamos que [existissem] essas políticas voltadas para nós [catadores]. Estamos sendo tratados com dignidade. Todos os catadores da nossa cooperativa têm cartão de crédito, têm conta bancária. Então abriu-se uma porta e é isso que queremos: o resgate da cidadania”, disse Verônica Cardoso.

Os recursos poderão ser usados para estruturar cooperativas e associações para que haja condições de se prestar serviços de coleta seletiva para prefeituras, participar no mercado de logística reversa e fazer conjuntamente a comercialização e o beneficiamento de produtos recicláveis. Nesta terceira etapa, a intenção é alcançar 35 redes, 200 empreendimentos solidários e mais de 10 mil catadores, de acordo com a Fundação Banco do Brasil.

O Cataforte começou em 2009 com capacitação de catadores para estruturarem unidades de coleta e atuarem em rede. Em 2010 foi iniciada a segunda fase com iniciativas para fortalecer a infraestrutura logística das cooperativas. Houve aquisição de 140 caminhões para 35 redes de cooperativas e associações e prestação de assistência técnica para elaboração de planos de logística.

* Edição: José Romildo.

** Publicado originalmente no site Agência Brasil.

(Agência Brasil) 

 

Você sabia que a poluição pode gerar energia elétrica?

Você já imaginou se o ar poluído de grandes metrópoles, como São Paulo, fosse transformado em energia elétrica? A poluição é fonte de problemas para o mundo: afeta a saúde das pessoas, aumenta o calor na Terra e contribui para o degelo dos polos. Isso todos já devem saber. Mas cientistas holandeses criaram um método para transformar a mistura de água, dióxido de carbono (CO2) e ar (O2), algo danoso em um produto útil para o mundo: eletricidade.

Este método reduz a quantidade de gases poluentes na atmosfera e possibilita a geração de energia de um modo mais limpo, já que reutiliza um material que causaria danos à natureza.

A colheita de energia das emissões de CO2, nome do estudo realizado no Departamento de Tecnologia Ambiental da Universidade de Wageningen, na Holanda, mostra que ao fazer a separação dos íons da mistura, através de um dispositivo chamado célula capacitiva eletroquímica, é possível gerar eletricidade, segundo informou o sitePlanetSave.

Resultados

A técnica desenvolvida pelos holandeses capta apenas uma parte da poluição. De uma chaminé de carvoaria, por exemplo, é possível extrair até 20% do CO2 e através dele gerar a corrente elétrica, com rendimento que pode ser chegar a 32% de eficiência – mais que o dobro obtido pelas placas solares tradicionais, por exemplo, que alcançam 12%. Os pesquisadores alertam que isso não deve estimular a produção de gases poluentes, mas criar alternativas mais eficazes no tratamento da fumaça que sai das indústrias.

Semelhante a uma bateria, a célula tem dois polos: o negativo, que atrai íons de hidrogênio, e outro positivo, responsável por absorver os íons bicarbonato. Isto faz o CO2 borbulhar através da água. E com a separação de carga cria-se o potencial para conduzir uma corrente elétrica.

Se os estudos vingarem, bem que essa seria uma boa iniciativa para ser implantada nas cidades, não é mesmo?

Clique aqui e veja mais detalhes do estudo.

* Com informações do PlanetSave.

** Publicado originalmente no site EcoD.

(EcoD) 

Rússia veta criação da maior reserva marinha do planeta

 

 

Despertando a ira de ambientalistas, o governo russo foi contra a proteção de milhões de quilômetros quadrados de ecossistemas frágeis na Antártica, fontes de nutrientes e vida para os oceanos mundiais

Apesar das ótimas chances de serem aprovadas, as propostas ambiciosas apresentadas na reunião da Comissão para a Conservação de Recursos Vivos Marinhos da Antártica que tinham como objetivo a criação de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) foram rejeitadas por objeções levantadas pela Rússia, com apoio da Ucrânia.

Duas propostas estavam na mesa durante a reunião realizada até esta terça-feira (16). Uma delas, feita pelos Estados Unidos e Nova Zelândia, proibiria a pesca em 1,6 milhão de km2 no Mar de Ross, criando a maior reserva marinha do mundo (totalizando 2,3 milhões de km2). A outra, sugerida pela Austrália, França e União Europeia, teria criado sete AMPs na costa leste da Antártica.

“Após dois anos de preparação, incluindo este encontro, realizado a pedido da Rússia para resolver o caso científico das propostas do Mar de Ross e do leste antártico, saímos sem nada”, criticou Geoff Keey, coordenador na Nova Zelândia da Aliança para Oceano Antártico (AOA).

A Comissão para a Conservação de Recursos Vivos Marinhos da Antártica regulamenta a pesca no oceano austral e exige um consenso para a aprovação de reservas marinhas entre os 25 membros.

Antarctic Ocean Alliance (AOA), uma coalizão de ONGs ambientalistas, iniciou uma petição online para a criação das reservas e criou um personagem, o Pinguim Percy, para pressionar os negociadores (na imagem acima, Percy está arrasado com o resultado do encontro).

Ambas as propostas tinham apoio amplo de governos, ONGs e cientistas após já terem sido rejeitadas uma vez na reunião em que foram apresentadas em outubro de 2012.

Porém, o governo russo, que convocou a reunião especial, questionou a base jurídica que permitiria à comissão criar reservas em larga escala na Antártica.

ONGs acusaram a Rússia de ter ido ao encontro de má-fé, já que a reunião tinha como único objetivo discutir a criação das reservas.

“As ações da delegação russa colocaram em risco a cooperação e a boa vontade internacional, os dois ingredientes elementares necessários para a conservação marinha global”, lamentou Andrea Kavanagh, diretora do projeto para os santuários do oceano austral do Pew Charitable Trust.

“Perdemos uma oportunidade crítica de proteger algumas das áreas oceânicas mais prístinas da Terra, é uma perda para o ecossistema e para a comunidade internacional. Incitamos os líderes mundiais a apelarem para a Rússia trabalhar com os outros países, e é imperativo que seus delegados voltem à mesa de negociação em três meses para chegar a um consenso”, reforçou.

Segundo Kavanagh, as diretrizes da comissão delineiam o processo para a designação e a gestão de AMPs, sendo que já houve a criação de uma reserva pela entidade, portanto, os argumentos da Rússia seriam inválidos.

As águas ricas do oceano austral são uma fonte de vida e nutrientes com influência no desenvolvimento dos organismos marinhos ao redor do mundo. Cientistas estimam que três quartos de toda a vida marinha são sustentados pelas correntes oceânicas que tem como origem a Antártica.

Alguns animais vindos da Antártica passam pela costa brasileira em suas migrações anuais, como pinguins, baleias e centenas de espécies de aves.

Apesar de toda a sua riqueza e importância para vida da humanidade, menos de 1% dos oceanos são cobertos por AMPs. A meta sob a Convenção sobre Diversidade Biológica é de chegar a 10% até 2020.

As duas propostas de AMPs serão reconsideradas no próximo encontro da comissão em outubro, na Austrália.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

(CarbonoBrasil) 

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Igreja derruba 334 árvores de Mata Atlântica para realizar missa durante a Jornada Mundial da Juventude

Exatas 334 árvores foram derrubadas para a realização de uma missa campal nas proximidades do Parque Estadual Serra da Tiririca, na cidade de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Algumas árvores eram centenárias, mas foram retiradas do local por conta de um evento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que irá receber o Papa Francisco.

Os responsáveis pelo desmatamento que dizimou 30 diferentes espécies de Mata Atlântica foram os líderes da Capela de São Sebastião de Itaipu, uma das mais antigas do estado, segundo o Portal Terra. O objetivo era abrir espaço para a realização de uma missa para que peregrinos celebrem uma missa durante a JMJ.

De acordo com a secretaria municipal de Ambiente de Niterói, um decreto municipal de nº 2602/2008 determina que a retirada e a poda de árvores sejam precedidas de autorização da pasta. Os representantes da igreja, no entanto, derrubaram a vegetação sem autorização. “Se a igreja tem o papel de educação ambiental, não pode cometer uma supressão desse tamanho”, afirmou o secretário Daniel Marques.

Justificativa

Por conta da derrubada, a igreja foi multada em R$ 10 mil reais e deverá fazer reflorestamento de plantas nativas da Mata em até 60 dias. O advogado da Diocese de São Sebastião, da qual faz parte a capela, Rafael Cura, justificou a ação. “A autorização foi pedida e, mediante a urgência de um evento que derrubou algumas árvores, se iniciou um processo de limpeza.”

* Com informações do Portal Terra.

** Publicado originalmente no site EcoD

(EcoD) 

 

Reino Unido inaugura maior fazenda eólica offshore do planeta

O London Array entrou oficialmente em operação nesta quinta-feira (4) e suas 175 turbinas, localizadas no estuário do rio Tâmisa, já estão produzindo 630MW, consolidando assim o projeto como a maior fazenda eólica do mundo. O consórcio do projeto prepara agora a segunda fase de construção, que pode elevar a geração de energia para 870MW, o que seria o suficiente para atender 700 mil residências britânicas e evitar a emissão de 1,2 milhão de toneladas de dióxido de carbono por ano.

“Este é um grande dia para o Reino Unido e uma vitória para as energias renováveis. O London Array demonstra que estamos prontos para construir grandes projetos. Isso porque, quando se trata de energia limpa, o Reino Unido possui um dos melhores ambientes para investimentos”, afirmou o primeiro-ministro britânico, James Cameron.

O custo estimado de todo o projeto do London Array é de R$ 5,7 bilhões, a serem divididos entre as companhias E.ON, Dong Energy e Masdar. A Shell fazia parte do consórcio, mas abandonou a iniciativa alegando custos muito altos.

Em uma nota, John Sauven, diretor executivo do Greenpeace britânico, saudou a inauguração da fazenda eólica, mas cobrou mais atuação do governo para incentivar as energias renováveis.

“Para que a fonte eólica offshore continue a fornecer empregos e crescimento econômico para o Reino Unido e atinja a paridade de preço com a nuclear até 2020, David Cameron precisa fazer mais do que apenas aparecer para cortar a fita vermelha na cerimônia de inauguração de projetos. É necessário dar ao setor renovável a confiança de políticas de logo prazo, para assim retirarmos completamente o carbono da nossa matriz elétrica”, escreveu Sauven.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

(CarbonoBrasil) 

Placas em áreas públicas convidam visitantes a explorar a natureza

Vivemos em um mundo cheio de regras e proibições. Basta dar uma volta pela cidade para ver placas de “Não pise na grama”, “Não tire fotos”e “Desligue o celular”. Para mudar essa ideia e tornar os espaços públicos mais acolhedores, a National Trust, organização britânica responsável pela preservação de patrimônios públicos, instalou placas que convidam as pessoas a aproveitarem plenamente seus parques e praças.

Idealizada pelo estúdio de design The Cl!ck, a campanha transformou placas de sinalização, outrora cheias de normas e formalidades, em textos divertidos e convidativos. O “Não pise na grama”, por exemplo, virou “Mantenha-se na grama”. Já a placa de “Por favor, não toque”, foi colocada em frente a uma árvore com os dizeres “Por favor, toque nas árvores – ou até mesmo abrace-as!”. O taxativo “Não sente”, se transformou em um convidativo “Sente-se aqui. É um lugar tão adorável”.As placas ainda são acompanhadas pela hashtag #NaturesPlayground para encorajar os visitantes a compartilharem suas experiências nas redes sociais.

* Publicado originalmente no site EcoD.

(EcoD) 

Animais silvestres e vulneráveis

por Bernardo Camara, do Greenpeace

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Foto: © Greenpeace/Rodrigo Baleia

Nesta quarta-feira, o Brasil deu mais um passo para trás na questão ambiental. É que o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) aprovou a resolução normativa n° 457.

Ela permite ao infrator manter animais silvestres em seu poder provisório sempre que não existir local apropriado para abrigá-los, embora o governo tenha a obrigação não só de construir, como de manter esses locais em condições de receber animais apreendidos.

As condições apresentadas pelo Conama para esses casos é que os espécimes não apresentem risco de invasão de ecossistemas, não estejam ameaçados de extincão, não sejam vítimas de maus tratos ou tenham porte incompatível com o espaço onde estiverem alojados.

A resolução é mais um exemplo da série de retrocessos que o país tem enfrentado no sentido de enfraquecer nossas normas ambientais – tirando do poder público as responsabilidades que lhe cabem – e premiar criminosos. O governo deve garantir a proteção da biodiversidade brasileira e não deixá-la nas mãos de quem interceptou ou retirou ilegalmente animais de seu habitat natural.

* Publicado originalmente no site Greenpeace.

(Greenpeace)

Herança Ambiental

É evidente que não esperamos pela chegada do inverno para falarmos sobre o problema ambiental que afeta a todos nós, principalmente os moradores da capital paulista. A baixa umidade do ar, aliada à alta concentração de poluentes na atmosfera, tornam a vida difícil e, para o caso de idosos, a situação fica pior ainda mais. Há muito tempo dedicamos boa parte do nosso tempo como cidadão e, principalmente como parlamentar, para abordarmos o problema da poluição como um todo.

No âmbito municipal, em que pese os erros e acertos do programa de fiscalização de veículos, a situação melhorou, embora ainda esteja longe do ideal. Nos anos noventa, promovemos uma intensa campanha buscando a recuperação do Rio Tietê, e conseguimos mobilizar milhares de estudantes dos ensinos fundamental e médio, para que tivessem consciência da importância não apenas do rio, mas do meio ambiente como um todo. Na ocasião, realizamos um concurso cultural, e temos certeza de que o alvo foi alcançado. Muitos daqueles alunos ainda hoje nos escrevem, falando da importância e da conscientização resultante daquele evento.

Todos sabem que, se comparado ao passado, o rio ainda continua poluído, apesar dos intensos esforços e das verbas ali empregadas. Mas não se pode afirmar que estamos de braços cruzados. Sabemos que a luta é intensa e o Governo, com investimentos próprios e empréstimos contraídos no exterior, continua em busca das melhorias de condições, até a limpeza total do principal rio paulista. E aí surge a velha pergunta: Vai demorar? Sim, vai, mas a certeza é a de que o trabalho continua e isso nos deixa confiantes.

No parlamento, sempre manifestamos a nossa preocupação com o meio ambiente. E as nossas proposições sempre foram amplas, desde a poluição das águas, como a sonora, e também uma das mais sérias e preocupantes, a destinação dos resíduos residenciais e industriais. Sobre isso, recentemente distribuímos milhares de panfletos enfatizando a importância de prepararmos o planeta para as próximas gerações. E essa preocupação tem que ser muito ampla. Não adianta falarmos em proteger a água, se despejamos lixo nas ruas. Nada adianta condenarmos a indústria que despeja fumaça no ar, se o motor do nosso carro está desregulado, e dá a sua parcela de culpa na poluição.

A visão tem que ser ampla, e não apenas voltada para a nossa São Paulo. Quando alguém despeja poluentes em determinado lugar, geralmente ele sabe que a sujeira não ficará restrita ao município, à região, ou a aquele simples riacho. O vento ou a correnteza se encarregará de transportar a sujeira, e as consequências serão sentidas, tudo é questão de tempo. Não estaríamos imunes se jogarmos o nosso lixo em um local distante de nossa casa. Isso é irresponsabilidade. Se entendermos que é nocivo sujar a nossas ruas, por que não seria igual, quando estamos em outro bairro?

Se pensarmos em preparar os nossos filhos para que tenham um futuro melhor, não podemos virar as costas para a poluição que eles terão pela frente. Sim, porque nada irá adiantar se eles tiverem tecnologia de ponta à sua disposição, se essa tecnologia estiver coberta por lixo, ou por água suja; ou coberta por detritos que sobem às nuvens, mas que retornam em forma de algo impossível de ser respirado. O quadro é preocupante, e ele se agrava na medida em que blindamos a mente e fingimos que nada temos a ver com isso, ou seja, com a herança que estamos deixando para as futuras gerações. A sociedade precisa acordar, antes que seja tarde demais.

Vitor Sapienza é deputado estadual (PPS), ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, economista e agente fiscal de rendas aposentado. Acesse: www.vitorsapienza.com.br

 

4/6 visão do lago cedo... muita neblina

 

Estudante norte-americano desenvolve asfalto orgânico

 


por Redação CicloVivo


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O material torna o solo mais liso, menos empoeirado e mais durável. Foto: Matt/Flickr

Um novo tipo de asfalto ecológico foi proposto por um estudante de engenharia civil da Universidade do Kansas, Estados Unidos. Trata-se de um material desenvolvido com um composto vegetal facilmente encontrado na natureza.

Batizado de bioasfalto, o produto realiza, com a mesma eficiência, a função de endurecer e alisar estradas de terra. A substância orgânica conhecida como lignina é responsável por dar rigidez às células vegetais. Além disso, o elemento serve como liga quando em contato com terra solta e pedras.

A lignina foi escolhida pelo estudante Wilson Smith como matéria-prima para o desenvolvimento do novo produto. Seus experimentos vêm sendo realizados através dessa substância e ele tem tido sucesso com a escolha.

Também conhecida como lenhina, essa molécula consegue desempenhar, de modo satisfatório, o mesmo papel dos materiais, tradicionalmente, encontrados em estradas de terra. Basta que seja acrescentado um pouco de água.

Ao colocar o líquido, o material torna o solo mais liso, menos empoeirado e mais durável, pois a mistura é mais resistente à erosão em especial nos períodos chuvosos.

A partir das experiências, Smith chegou a cinco concentrações de lignina. O próximo passo é analisar a resistência e a diminuição da erosão em cada uma delas. “Nós queremos fazer uma análise exaustiva de como a coesão varia de acordo com a concentração de lignina, a quantidade de água e a compactação,” afirmou Smith. “Isso vai determinar, em estudos de campo, qual porcentagem de lignina produz a maior estabilização do solo”.

A molécula é facilmente obtida, pois é resultante de um processo natural do metabolismo das plantas. É encontrada em diversos resíduos da agricultura, como no bagaço da cana-de-açucar e da palha de milho. Além disso, é o terceiro componente mais importante encontrado na madeira. Consequentemente, também pode ser coletada em resíduos da indústria de papel.

Tudo isso, torna a solução encontrada por Smith sustentável e renovável. Os resultados das pesquisas devem ser apresentados ainda este ano. Em seguida, o estudante buscará parcerias para que possa realizar testes de campo com a substância.

* Com informações do Brasília em pauta.

** Publicado originalmente no site CicloVivo.

 

 

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